Conto de escada

Na saída do mercado, com o vinho na mão, ela encontrou o vizinho. Cumprimentos formais. Chegaram juntos ao prédio. Ele puxou conversa, ela estranhou e sentiu-se profundamente acanhada quando os dois olhos cor de azeitona a encararam.
(Aquele rapazola estava intimidando a mulher resolvida do alto de seus 41 anos?!) Era inacreditável e embaraçoso, ela mal conseguia responder às triviais perguntas.
Chegaram em frente aos respectivos apartamentos. Ela procurava a chave. Ele, de chave na mão, continuava a falar.
Ela se despediu amarelamente, ele tocou seu ombro, ela, trêmula, logo entrou e trancou a porta.
Para revolta da resolução, o jovem vizinho roubara-lhe o sossego e os pensamentos.

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