Lamento
Eu
lamento pelo mundo doente
Pela
canalhice vigente
Pela
empatia ausente
Lamento
pelo sangue perdido
Pelo
filho não nascido
Pelo
amor esvaído
Lamento
em meu choro contido
E
nas lágrimas escancaradas
com
o peito dilacerado
pelo
óleo derramado
a
história cortada
a
paixão desencantada
Lamento
o sorriso esquecido
As
lutas perdidas
A
felicidade sumida
Lamento
pela desigualdade constante
Pela
perda do instante
Pelo
final inevitável
Saudoso
do início memorável
Lamento
a morte
A
falta de sorte
E
depois de tanto lamento
Escrevo
O
poema me foge
A
vida me acode
A
rima pobre me fode
O
grito eclode
Puta
que pariu tá foda!
Mas
tá na hora de acordar
Respirar,
levantar
Bora
poetizar
Bora
fazer arte
Bora
ser feliz
(Viva
o Sarau Embaixo da Terra!)
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