Cristy


A gente estava bem feliz nesta 1ª foto:
Eu e Amelinha chapamos o coco e você riu pra caramba
Nem era o tbt que eu queria, na verdade eu nem gosto da expressão tbt, sobre tbt você diria:
“não sei o que é isso, não lembro, faz pra mim...” e eu ia dizer: “Cristy, esse papo de novo... desculpinha”
E riríamos juntas...
Mas hoje, nesse tempo estranho, o dia foi mais estranho ainda, logo cedo eu soube que não ouviria sua voz novamente, nem comemoraríamos o seu aniversário depois da quarentena, nem riríamos mais juntas...
E parei de me importar com o microondas quebrado, com o iogurte que não comprei, com a publicação que não certifiquei...
De repente, me lembrei dos seus sapatos estilosos, dos seus colares lindos, do seu sorriso que inundava até aquele nosso inóspito ambiente de trabalho, aquele lugar dureza, cheio de abutres horríveis, eu que cheguei bem jovem, inexperiente..
Tinha que passar pela sua mesa quando ia ao banheiro... e você me reconheceu, reconheceu que éramos do mesmo tecido alegre, reconheceu que éramos amigas, só não lembrávamos... e daí lembramos...
Tinham inveja da nossa alegria, dos nossos valores, tentavam nos atingir, mas tínhamos Lenine, Madan, Kléber Albuquerque, UmdoUmdoUm, Rita Ribeiro e tanta música, tanto show, tanta arte em oposição à mediocridade babaca... que sofremos... sofremos bastante, mas passamos...
E tinha o “Iquinho” tão pequeno e já tão cheio luz, feito você.
Você foi quem me mostrou que havia gente legal naquele lugar, você me ajudou a passar por aquele momento tão difícil... Mesmo quando, por maldade disfarçada de burocracia, fizeram com que eu atrasasse 1 semestre para concluir a faculdade, você estava lá para me dar força e me ajudar a superar... Mesmo depois, quando fui para um lugar melhor, você me indicou um ótimo afilhado MJ, que hoje brilha merecidamente como um dos melhores funcionários... lembro que, há época, você me disse que achava que era inspiração da mãe dele que falecera há pouco tempo... acho que você tinha razão.
Cristy, um pedacinho de você sempre estará em mim, dos almoços, das viagens, das risadas, conversas, dos choros e shows...
Sua ausência definitiva, está difícil de aceitar, mas como típica pisciana, dramática, mas cheia de misticismo e otimismo, você me diria:
“Você sabe que de algum jeito ainda estou com você, posso te inspirar feito a mãe do MJ...”
Eu responderia “Sim”, feito o Iquinho respondia quando nos conhecemos.





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