Natalina
Antecipação,
esta sempre foi a solução para comemorar meu aniversário.
Sorte que
não pertenço a uma família supersticiosa e não acredito que comemorar
aniversário antes dá azar.
Tampouco considero
azar ter nascido no dia de natal, mas que é uma data complicada para aniversariar,
isso é.
Não sei se
foi a conjuntura astrológica do momento do meu nascimento que resultou em uma
pessoa festeira, o fato é que gosto de comemorar e foda-se o inferno astral.
A tarde de
16 de dezembro de 2018 foi escolhida para festejar meus 44 anos, local: Casa de
Ramon Paladar, nosso pequeno restaurante, o que significou reduzir o número de
convidados.
Só que eu
não tinha percebido que meu aniversário se transformou na comemoração oficial
de final de ano da turma, os amigos chamaram os outros amigos, eram muitos
amigos...
E a Casa
de Ramon foi ficando pequena... e estava calor... e tinha uma churrasqueira a
plena fumaça, quente... o rosto do Ramon, o anfitrião, foi ficando atomatado,
suado, agoniado... eu estava suando.... a situação era preocupante.
De tal
modo que eu tinha que fazer alguma coisa para salvar Ramon, a Casa de Ramon e
minha festa ou o inferno astral venceria...
Oxalá! O
que fazer?
Oxalá...
Oxalá é o
nome da festa do Prato do Dia, que estava acontecendo na mesma data, numa rua
bem próxima...
Isso!
Festa na rua!
Apesar da
confusão, consegui arrastar todo mundo, só precisávamos caminhar dois
quarteirões.
Mas... no
meio do caminho tinha uma gota, ou melhor, muitas gotas d’água... começou a
cair uma puta chuva... Puta que pariu! Eu não estava nem acreditando, o jeito
foi me abrigar com parte da trupe num boteco, outra parte conseguiu se apertar no
mercadinho.... parecia que ia cair o mundo, tínhamos que esperar... o pior que
já tinha convidado espirrando, outro reclamando, eu tensa não tive outra
alternativa a não ser tomar uma cachaça..
E não é
que clareou? A chuva passou!
Graças a
Deus (ou a São Pedro) chuva de verão dura pouco e logo o céu voltou a ser azul,
como se nenhum dilúvio tivesse acontecido, o Prato do Dia retomou a festa e eu,
de carona, pude retomar a minha... Ufa!
Não sei
se era euforia por estarmos livres dos nossos apertados abrigos ou pela bebida
que entornamos durante a chuva, o certo é que tanto meus convidados e agregados
quanto o pessoal do Prato, todos ficamos animadíssimos e para completar Carlu,
minha DJ preferida, para delírio coletivo, mandou Clara Nunes, o mar serenou,
eu serenei, todo mundo adorou, cantou e dançou loucamente...
Depois
veio um forrozinho e apesar da minha inabilidade para dançar a dois, até
consegui forrozear, a cachaça faz milagres... Só sei que dancei e ri muito entre
borbulhas em taças de plástico, gays protoganizando beijos héteros, bolo de
chocolate em guardanapos e outros exímios dançarinos movidos a álcool.
Nem sei a
que horas a festa terminou, mas foi tarde...
A
despeito de eu não saber exatamente como cheguei em casa e da ressaca latejante,
acordei, no dia seguinte, feliz.. Que festa inesquecível! Pelo menos até onde
eu me lembro.
(Laboratório de Redação Literária com Gílson Rampazzo - março/2019
Tema 48b: Na sua festa de aniversário apareceram muito mais pessoas do
que você convidou.
O jeito era transformar a situação constrangedora numa festa
interessante - o que você conseguiu, fazendo com que fosse uma festa inesquecível.)
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