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Mostrando postagens de outubro, 2018

Acetona

Eu devia ter uns oito anos, estava na casa do meu primo Rogerinho, na verdade, estava com a esposa dele, a prima Vera, éramos vizinhos, morávamos no mesmo quarteirão. Aliás, a prima Vera (eu ainda adoro falar este nome) era muito legal, eles tinham uma filha mais nova do que eu, a Rogerinha, que gostava muito de mim, eu gostava de visitá-los. Sempre achei engraçado, apesar de nada criativo, tantas pessoas da mesma família com o mesmo nome: Rogério, meu tio, Rogerinho, meu primo, Rogerinha, minha priminha e depois ainda viria outro priminho, o Rogerico. Enfim, eu estava lá, com a prima Vera e a Rogerinha, iríamos à FECCIB – Feira Citrícola, Comercial e Industrial de Bebedouro, a popular Festa da Laranja, eu estava animadíssima, mas meu esmalte cor-de-rosa estava descascando, então, atendendo ao meu pedido, prima Vera trouxe acetona e algodão para resolver o problema, só que, desde aquela época, a “desastrice” já me acompanhava, acabei derrubando acetona no sofá novo dos primos

Capricórnio

“Eu sei que vou te amar, por toda minha vida eu vou te amar...” Tocava Vinícius no toca-fitas do papai, acordei bem humorada, além disso, enquanto eu tomava banho, a voz rouca do Paulo Costa na rádio Bebedouro, anunciava um dia de sorte no amor para os capricornianos. Era o dia – pensei - sábado de sol reservado para estudar literatura com o Fernando, meu melhor amigo, minha paixão platônica. Pois bem, minha mãe me deixou em frente da casa rosada do meu amado, com vista para pracinha Primavera, Fê apareceu logo lindo e afetuoso como sempre, abraço cheiroso. Fomos para o quarto dele, lemos poemas, falamos sobre o parnasianismo, fizemos os exercícios do livro, mas foi quando Fernando leu Olavo Bilac: "Amai para entendê-las! Pois só quem ama pode ter ouvido Capaz de ouvir e de entender estrelas". Me decidi: - Fê, gosto de você - Eu também te adoro, Clau - Mas Fê, eu gosto de você, tipo goosto mesmo... O olhar de espanto dele, abandonando o livro, não tin