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Mostrando postagens de 2018

Luzes Coloridas

(Tema 45: Naquela festa , você mandava bem na dança , conseguindo chamar a atenção da pessoa que lhe interessava. Só não podia esperar a catastrófica interferência da Berenice...)     Quinta-feira, o melhor dia da semana, dia de poesia. Noite de poemas com Gílson e Felipe, depois quintaduzamigos que se traduzia em encontros com pessoas queridas de longa data e com meu amor platônico de sob as luzes coloridas e circulares do Boteco Prato do Dia. Nem o fantasma da sonolenta manhã de sexta-feira conseguia diminuir o divertimento e o lirismo. O Prato do Dia, nosso lugar preferido, além de ser ótimo, tocar só boa música brasileira, fica ao lado de casa, não à toa, apelidado de quintal... Fora a companhia impagável dos melhores amigos, meu plus lírico atendia pelo apelido de Lírio... Ah... Lírio: DJ residente, com set list maravilhoso, host, sócio, faz-tudo do coletivo Prato do Dia. Alto, magro, barbudo, olhos claros de mergulho, jovem de alma velha... me apaixonei p

Acetona

Eu devia ter uns oito anos, estava na casa do meu primo Rogerinho, na verdade, estava com a esposa dele, a prima Vera, éramos vizinhos, morávamos no mesmo quarteirão. Aliás, a prima Vera (eu ainda adoro falar este nome) era muito legal, eles tinham uma filha mais nova do que eu, a Rogerinha, que gostava muito de mim, eu gostava de visitá-los. Sempre achei engraçado, apesar de nada criativo, tantas pessoas da mesma família com o mesmo nome: Rogério, meu tio, Rogerinho, meu primo, Rogerinha, minha priminha e depois ainda viria outro priminho, o Rogerico. Enfim, eu estava lá, com a prima Vera e a Rogerinha, iríamos à FECCIB – Feira Citrícola, Comercial e Industrial de Bebedouro, a popular Festa da Laranja, eu estava animadíssima, mas meu esmalte cor-de-rosa estava descascando, então, atendendo ao meu pedido, prima Vera trouxe acetona e algodão para resolver o problema, só que, desde aquela época, a “desastrice” já me acompanhava, acabei derrubando acetona no sofá novo dos primos

Capricórnio

“Eu sei que vou te amar, por toda minha vida eu vou te amar...” Tocava Vinícius no toca-fitas do papai, acordei bem humorada, além disso, enquanto eu tomava banho, a voz rouca do Paulo Costa na rádio Bebedouro, anunciava um dia de sorte no amor para os capricornianos. Era o dia – pensei - sábado de sol reservado para estudar literatura com o Fernando, meu melhor amigo, minha paixão platônica. Pois bem, minha mãe me deixou em frente da casa rosada do meu amado, com vista para pracinha Primavera, Fê apareceu logo lindo e afetuoso como sempre, abraço cheiroso. Fomos para o quarto dele, lemos poemas, falamos sobre o parnasianismo, fizemos os exercícios do livro, mas foi quando Fernando leu Olavo Bilac: "Amai para entendê-las! Pois só quem ama pode ter ouvido Capaz de ouvir e de entender estrelas". Me decidi: - Fê, gosto de você - Eu também te adoro, Clau - Mas Fê, eu gosto de você, tipo goosto mesmo... O olhar de espanto dele, abandonando o livro, não tin

Valores

Contra o ruim Contra o retrocesso Contra o desamor Contra o racismo Contra o ódio Contra o machismo Contra a homofobia Contra a gordofobia Contra a misoginia Contra a xenofobia Contra a tortura Contra o fascismo Contra o mal Pelo bom Pela evolução Pelo amor Pela integração Pela empatia Pelo feminismo Pela simpatia Pelo acolhimento Pela sororidade Pela solidariedade Pelo diálogo Pela democracia Pelo bem #elenão #elenao #elejamais #elenunca

7 cachoeiras

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Férias de julho, namorado professor... boa época para viajar. Pois bem, chegamos à tarde a São Luiz do Paraitinga e aproveitamos a simpática cidade até o começo da noite quando Valdair, o uberista da pousada nos pegou. Seguimos pela serra numa estrada bem bandida, mas que terminava num local bonito e promissor, pousada de bom gosto, donos simpáticos, enormes cachorros amigáveis. Nosso chalé, com lareira, aconchegante, a primeira noite promissora : vinho, ofurô, clima de lua de mel. Ao amanhecer, seguimos por um belo caminho ao restaurante para um delicioso café da manhã, encontramos nossos novos amigos: Dani, simpática e ansiosa e seu marido William, simpático, tranquilo e praticante de jiu jitsu, tudo ia bem, os donos da pousada Nilza e José Carlos de uma paz de confortar o coração. E eis que chegam os novos novos amigos: casal atibaiense, Luiz Gilberto e Ana Cláudia. Ela: professora de educação física, trilheira profissional e agradável. Ele: piloto de avião, advogado,

Barra

Nem sei costurar Não force a minha barra porque ela rasga ou descola A barra pode ser Até de fita crepe Sou feito ela A fita Colo, mas rasgo fácil Preciso do meu tempo Tempo colada Tempo sozinha Às vezes gosto de café Às vezes não Muito... gosto mesmo de dormir E de ser livre Amo Acarinho Afago Beijo Sou seda Amado Sou amável Prisão não é amor namoro é pra ser Gostoso Amor Sou amor, Mas sou de liberdade Gosto de nuvens Mas preciso do azul E do sol E da lua Gosto da loucura E do tempo E da liberdade Mais interessantes São os livres Leais livres Amor amado Querendo mesmo me amar Apaixone-se Pela preciosa Minha e nossa Liberdade Ela é linda.

A galope

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Luiz era advogado-sócio-chefe do escritório de advocacia Serrano Tavares, ao contrário de mim, sempre gostara do meio jurídico, de modo que se sentia realizado na profissão. Apesar de parecermos muito diferentes, inclusive no visual, já que Luiz aprazeirava-se com o terno caro, bem cortado da marca Ermenegildo alguma coisa e o visual elegante, adequado ao meio jurídico e eu sempre naquele vestuário C & A, que passava porque não era jeans nem curto, mas sempre com cara de quem ansiava pelo tênis ou pelas Havaianas, mesmo assim mantínhamos amizade e camaradagem desde a faculdade e ao menos, uma vez por mês, almoçávamos juntos para colocar o papo em dia. Num desses almoços, numa sexta-feira, nos empolgamos mais do que de costume, fomos ao Bom Gosto, boteco da rua São Bento, que já tinha sido o Dix na nossa época de Mackenzie e que mantinha o mesmo garçom há mais de 30 anos, o Dino, nosso camarada. Pois bem, calhou que era aniversário do Dino, que feliz da vida nos presenteou

Vida

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Ranhuras Rachadura O branco tenta, mas não fecha a fenda não cessa a vida Verde vem Vida insistida Folhas fênix Da cicatriz Do cal Ramos rugem Ruínas não Vida! Verdes brotam do ventre branco Racham Quebram Brigam Vencem Verdes vivem. (exercício Oficina Literatura e Imagem com João Anzanello Carrascoza, SESC 24 de maio, 06/06/2018)

Meio Branco

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Meio branco aquele dia, enevoado, poucos carros, um ou outro ônibus, um táxi perdido. Era cedo, o relógio digital na esquina da Consolação com a Paulista me informava: 6:45 horas. Frio, muito frio, para mim, devia estar abaixo de 0 °C, mas o mesmo digital informava: 5°C. Frio demais para um ser do calor, enfiei as mãos de luvas vermelhas nos bolsos do casaco cinza e desci a Consolação no andar rápido de pessoa atrasada, só diminuí o passo em frente ao cemitério: Olhos para o alto: as folhas das árvores dançavam e por entre elas, vi os primeiros raios de sol... Sorri antes de entristecer: “- As árvores da cidade, que vivem na poluição, florescem mais rapidamente porque vivem menos.. vida curta e florida.” Me disse Carol. Cheguei ao cursinho da rua Sergipe convencida de que teria uma vida longa, pois fui a última das amigas a florescer... Com este pensamento, recebi das mãos brancas do professor de geografia o simulado pré-vestibular. Sábado frio, árvores trêmulas e um

2 textos para uma imagem

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1.Dói Dói Corrói Destrói Menino Menino! Dormes? Acorda, menino! Acorda o mundo Já que não podes Acordar e ti mesmo 2.Foi-se Água Cara na areia Morada da morte Forte Enfoque Choque Morte Morte Forte Corte Foi-se Foi-se Sonha Infância Criança Foi-se Vida Beleza Foi-se Esperança Veio Imagem Dor Vida Finda Morte Comoção Fundadora Imagem Sem resgate Sem esperança Foi-se De vermelho O menino Sem travessia Sem sorte Na água (exercício Oficina Literatura e Imagem com João Anzanello Carrascoza, SESC 24 de maio, 30/05/2018)

Baunilha

Não sei Não sei o que faço com seu cheiro de baunilha, com sua ranhetice, com sua vermelhice Não sei o que faço com o tempo, com sua decisão ou com sua indecisão Não sei o que faço do agora do que já foi ou do está sendo Me disseram que está sendo só pode estar sendo na nossa língua. “Só sei que nada sei” é velho, mas está sendo Só te peço, por favor, nunca duvide da veracidade do nosso agora, é sincero, juro! Só é um momento grande, confuso, extenso demais pra entender, mas é verdadeiro Meus olhos nos seus olhos, aquele instante existiu... Só é um mundo louco num momento grande e louco e eu não sei o que fazer, antes eu achava que sabia mas, nada era tão intenso... Meu poeta, me desculpe, por favor, esse mundo tão este, é novo demais pra mim, não sei o que fazer...mas tá rolando verdadeiramente. Não me odeie, só sou/estou perdida em tanto. SP, 16/05/18

Tangível

Por Richard Piccoli, Brenda Ligia e Cax Nofre Que o que tange seja tangível O pulso que ferve quente. Lúdico. Místico. Na tarde, agora, quase aurora... É só seguir a intuição Vinho, flores, meia luz Não sei o que faço do agora, Mulher! Por certo, incerto Acerto, de certo Dance, dance, dance VAMOS MUDAR DE RUMO, por favor. Eu achei que morreria jovem... Demorei pra começar a viver Sacanagem, pilantragem Contagem, apenas. A paz, o encontro das águas Você... Bonita como diamantes no céu Êxtase Antes da saída Ou depois: Me siga E nada sabe Nem o que sabe

O que são namorados?

São encontrados são pirados, emaranhados Linkados, entrelaçados quase grudados Sinônimos Antônimos Atônitos Binômio São saudade ansiedade São abraços laços São passos eira beira teia meio Passos dados Lado a lado Caminhadas São estradas Caminho Ninho Destino Pergaminho Namorados São pirados Alados Lado a lado.

Coração

  O que é o coração? Músculo vital? Simbologia? De quem é o coração? De quem o possui? De quem o tem dentro de si? Coração é senão É sim É não É dúvida Coração é... Coração, porra! Entendo não. 

A Briga

Tema Triste Ditadura Conversa Era Feliz Era Escrita Crônica Conto Romance Você Beijo Cerveja Futebol Você Casa Nós Que nós Amor Papo Artesanal Cerveja Nós Éramos Desperdício Sem namoro Desperdício De nós Lágrimas Palavras Baixas Altas Grandes Pequenas Muitos Beijos Não dados Muitos nós Sem nós Aperto No seu peito No meu peito Dores Reminiscências Que não são Nossa essência Nós desperdiçados De nós Por que assim? É assim? Prefiro nós em nós Sem abismos Nós em nós Pontes Comunicação Rios cruzados Risos lado a lado Juntos Ondas Pororoca Não querela Sem sequelas Sem briga antiga Só Perdão Fusão Mãos entrelaçadas Tuas sardas Minhas pintas Tua pinta Nossas línguas Meu cabelo Embaraçado Nós Embaraçados Grudados Nós em nós.

Ao poeta

Não era o dia que esperava Nem esperava Mas ele veio pela esquerda Sorrindo Que Data... Errada? Hora... Cedo? Agora Melhor ir embora Mas é hora Que hora... Volta Volta Voltei Lá fui Cá estou Cá, agora É hora Agora, poesia Agora, amor SP (SESC 24 de Maio), 30/05/18

Ângulo

A cara da morte Ângulo certo Visão errada Mexe-se o corpo da tia morta? Morta? Paródia Ângulo trocado Visão igual Mexe-se? Respira ainda, tia? Toque Gelada Mão sem vida Lembrança... da avó viva Mãos cruzadas como os mortos Mas a avó respirava: - Tenha a santa paciência, Renatinha... Ora! Agora a avó também Não respira Morta Como a tia até pouco viva Morta, fria Adeus, tia. SP, 25/05/2018

Kew

Kew era meu bichinho de pelúcia na infância e adolescência... Por que Kew? por causa dos crushs, palavra que nem existia naquela época, meados da década de 90, falávamos paqueras, pois bem, meus paqueras àquela época em que eu era BV, ou seja, boca virgem, eram Kléber, irmão da minha amiga, Eduardo, o grandão do vôlei, estudante de medicina e William, o primo da outra amiga, meu predileto e aquele que não me dava mesmo a mínima. Enfim, com as iniciais em homenagem a Kléber, Eduardo e William, batizei meu gatinho de pelúcia Kew. Eu dormia com Kew todas as noites e durante o dia ele ficava na minha cama. Nessa época, minhas inseparáveis amigas eram as Danielas... sim 3 amigas chamadas Daniela a Daniela Zamarioli, prima do meu amado William, Daniela Menezes, irmã do Kléber e a Daniella Kastro, que minha mãe não gostava. Pois bem, as Danielas ligavam em casa, e quando eu chegava meu pai sempre avisava “sua amiga ligou” eu perguntava: Qual? E ele: uma das Danielas... as Danielas semp