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Mostrando postagens de abril, 2007

Langada

Pós samba, pré-festa, a vila, na Mariana, me esperava. Na chegada, meus sentidos já adivinhavam, previam e miravam. A noite amanheceria clara, eu, nublada, langada.

A sorrir eu pretendo levar a vida

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Para começar bem a semana O Sol Nascerá Cartola Composição: Cartola A sorrir Eu pretendo levar a vida Pois chorando Eu vi a mocidade Perdida Fim da tempestade O sol nascerá Fim desta saudade Hei de ter outro alguém apara amar A sorrir Eu pretendo levar a vida Pois chorando Eu vi a mocidade Perdida

Quebra-copos

Eu nada pensava em quebrar, estava largada no sofá, mas um terrível amigo me convenceu, com bons argumentos, a quebrar a ressaca e ir sambar. Domingo, u Ó! Lá fui eu, inocente, de preto, já animada. Conversa, cerveja e samba, samba, conversa e cerveja. Dancei com o Rodrigo e quem era o Rodrigo? Era o aniversariante, é o que sei. Na volta para a pista, eu não sabia o nome do belo sambista que sorria e não sabia sambar, mas ele me puxou pra dançar, o copo espatifou no chão. Descobri que ele sabia quebrar e beijar! Foi aí que eu pensei: Que bom que eu parei de quebrar garrafas e me machucar, muito melhor beijar e deixar que quebrem os copos por mim.

Coin

Quem não gosta de samba bom sujeito não é, é ruim da cabeça ou doente, eu nasci com o samba, no samba me criei e do danado do samba, nunca me separei Repetições, talvez, imprecisas, de um dia doido, começado com restos a pagar de Havana e terminado filosoficamente com Ramos e Niemayer na esquina da Iracema. Dia acarretado de segredo positivo e meu time fazendo papelão no samba que anoitecia nos olhos do sãopaulino inveterado e chorado no balcão. Coincidências terríveis, incríveis e, sobretudo, cariocas, estupefaram um coração azul desavisado. Que venham outros: Sambas, cabelos e sobretudo, encontros tão bons, inesperados, planejados pelo acaso, e que o acaso seja bom... Bom final de semana E eu, que já queria ser jornalista...

Santiago

Não era Santiago, era exposição. Ela de azul, lia. Ele, de branco, falava com sotaque Ela se virou, sem acreditar, nem conseguir falar... Foram interrompidos pelo silêncio, pela surpresa, pelos amigos. Então, ele falou, mas não foi, ficou... Por fim, partiu, sem saber que roubara todos os pensamentos daquela mulher. Piegasmente destinados se sentiam, ainda não sabiam, logo se reencontrariam, se amariam se fariam felizes.

Reticendo

E quando a indiferença instalada já acomodada, fazia ponto, o ponto da quebra. Eu já estava de saída... Mas, porém, contudo, todavia, entretanto, o sentido reapareceu e irritou os profusos, confusos, entranhados, pedaços de afeto. Repeti palavras, como no primário. Respirei fundo e deixei a água morna cair. O dia está começando.

entretrechos

eu passaria a vida toda ao lado dessa bunda Um corpo é primariamente um encontro com outros corpos (David Lapoujade) Ontem quando garrafa quebrou, ficou claro: Me faz mal (ponto). Mas os cacos não mais ferirão minha pele Deixarei de quebrar a garrafa. a sorrir eu pretendo levar a vida

Cenas do centro

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João e Wellingon Hoje, quando saí do trabalho, encontrei Wellington sentado no Páteo do Colégio, com João dormindo em seu colo. Pedi para fotografá-los, o dono de João concordou. Mais tarde, saindo da Caixa Cultural, encontrei novamente a dupla, João carregava na boca sua coleira, Wellington me reconheceu logo, fiquei amiga de João que estava animado e amável, tirei mais algumas fotos. Nas palavras de Wellington: Este cachorro é muito inteligente só falta falar... Eu acredito! João e Wellingon

sexta-feira 13

nublada, lenta, animada, piscada, arrastada, sonora e mutante.

Hoje

em mim, a alegria está calada. Talvez, ausente. No barulho minha tristeza silenciou No silêncio minha alegria calou.

Silêncio

Para que ninguém possa ver no fundo de mim e a minha última vontade para isso inventei o longo, luminoso silêncio Quanto mais os vigiava e ficava à espera, mais me convencia de que mesmo à falta de qualquer outra prova, o silêncio sistemático de ambos constituía prova suficiente Hesitamos em fazer a pergunta porque não queremos ouvir a resposta Prosseguimos em silêncio Em tempos de silêncio generalizado conformar-se com a mudez dos outros é certamente culpável Debaixo do silêncio Eu não sei o que traziam Exposição Sob Neblina (Em Segredo) de Marilá Dardot Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo

Franco Aeeê!

O caminho começou estranho, mas se desenrolou bem, em quente temperatura. Salão amplo e colorido, cenário montado, biombo e camarim improvisados. Alongamento e dança afro na lona, espelhos pendurados, maquiagem colorida. O calor aperta, Pindoba recepciona a criançada que toma conta. Sala cheia, música, balões, vozes, gritinhos. Aeeê! Os músicos entram: Pititico, o maestro, rege a orquestra, Piluco flautista logo conquista os pequenos corações, Biscuila aparece em amarelo por detrás do violoncelo. Começa o concerto. Pausa breve. Dançarinos empolgados: Franjola em cores e animação, tia Alva atrasada, Anjinho enquepado. Entre sorrisos e barulhos tantos, a palhaçada corre solta no meio da garotada, que se diverte e desconfia do palhaço exibido, vigia tia Alva, se encanta com Piluco, ri de Pindoba, torce por Julieta, é penteada por Anjola e escorrega com Franjola. Risadas finais, espetáculo findo. Coelhinhos de papel correm pelo palco e adotam os palhaços que desmontam e assistem às pirueta